domingo, 28 de junho de 2009

Conto I



Contraindo e expandindo as escapulas as movimento. Aos poucos me acostumo com as
novidades, e tento desprender a ideia do que para mim era normal. Antes eu era um humano, agora o que sou? O que faço?

Me conduzo apenas em duvidas, desde que despertei. Tinha certeza de duas coisas:
1º Eu morri
Não recordo-me bem como ocorreu, mas o
aparecimento dessas asas me deram a certeza. Porém elas não me dizem o que sou agora. São estranhas, diria que sujas. Mas e essa dor? Porque sinto dor, se morri? Será que se implica em como morri? ou, então, por
eu ter sido uma má pessoa enquanto vivo?

2º Ela foi para o céu
Lembro-me de flashs variados, do que remonta o que ocorreu antes. Choro ao ver ela nos flashs. Ela morreu também. Me lembro de a beijar antes de vir para cá. Talves seja minha culpa. Ela morreu, e não a pude salvar. Agora também estou morto, e essa dor é a penitência por deixar ela,aquele ser puro, morrer.
Decidi vagar por esse mundo, levado por essas asas imundas, ate um dia encontra-la, e pedir perdão, por matar um anjo.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Escolhas que ficaram para trás

A ilusão de que o tempo cura as feridas começava a desmoronar.

Agora compreendia que certos momentos se eternizam: alguns pelo contexto no qual estão inseridos, pelas pessoas que participam deles, outros, por coisas que são ditas , e ainda há aqueles que ficam na memória pelo que não se fala, pelo que não se faz.

A lembrança do momento desperdiçado pela falta de ousadia pra se falar ou fazer algo é a mais cruel dentre as que citei. A interrogação permanente a respeito do que podia ter acontecido, dos desdobramentos de uma ação que só existiu na imaginação, martela na cabeça sem parar. Um leque infinito de possibilidades não foi aberto; portas e mais portas, que ninguém sabe onde dariam, nunca foram exploradas.

Aquela mulher que sentou ao seu lado no ônibus quinta-feira passada, lembra? Por simpatia, ela sorriu pra você ao passar na roleta, mas você não quis puxar um assunto porque preferiu ouvir aquelas mesmas músicas de sempre no seu mp3. Ela poderia ter sido a mulher da sua vida, mas desceu três pontos antes do seu – na verdade, um pouco menos, poque o motorsta passou um pouco do ponto -, e você nunca mais vai encontrá-la...e tudo podia ser diferente

E aquele pedido de desculpas que ficou preso na garganta depois da discussão com seu amigo? Você queria proferi-lo, a questão não envolveu orgulho, talvez vergonha, o fato é que não deu. O tempo passou, o contato se escasseou e o pedido prescreveu, assim como a amizade. Talvez esse amigo estivesse ao seu lado quando todos te virassem as costas; espero que esse momento nunca chegue pra você, e que, se chegar, você conte com outro amigo.

A vida e suas contradições... Enquanto uns enfrentam críticas por agir sem pensar, outros se martirizam por pensar sem agir.

Ele não pensava em refazer as escolhas, isso seria muita pretensão. Tudo que desejava, e com fervor, era saber onde aquelas portas dariam.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A vida parece estar querendo brincar comigo nesse momento, me fazer de bobo.
As coisas estão acontecendo da maneira mais imprevisível; por mais que eu tente, não estou conseguindo controlar o rumo que as coisas estão tomando, tô tentando nem me preocupar com isso mais, já que não tem outro jeito.
Os planos eu faço, como sempre fiz, tenho todos aqui na cabeça, mas estou encontrando dificuldade para tirá-los dela e trazê-los para realidade.
O lado bom é que tudo tem transcorrido bem, apesar de não da maneira prevista, mas bem mesmo assim. Em suma, tá tudo fora do lugar convencional, mas o lugar alternativo está me agradando muito.
A faculdade continua no ritmo de sempre: provas, trabalhos, redações... O meu ritmo é que não tá nesse compasso, definitivamente não estou em sintonia com a UERJ nesse momento. Quero ser otimista e pensar que esse um mês restante de aula vai passar num piscar de olhos.
E por falar em faculdade, me lembrei agora de que não teci nenhum comentário aqui sobre a queda da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, e, como faço Relações Públicas, curso irmão do jornalismo, esse tema mexeu um pouco comigo. Farei um post sobre isso, mas vai ficar pra outra hora, porque agora vou dormir.
Quem sabe de manhã eu até consiga me lembrar do sonho que terei, já que as coisas estão meio loucas, pode ser que eu consiga essa proeza.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

janela


A janela ilumina-se com o sol lá fora, fazendo com que eu mude de lugar, pois refletia-me, aquecendo minha face. Deitado com o livro a mão continuei meu sonolento estudo. Sei que é importante, mas por obrigação perde-se o prazer pela aprendizagem, mesmo que essa obrigação imposta por mim, pois pouco aproveitei minha capacidade outrora. Agora tento recuperar, não um tempo perdido, mas sim a motivação que era-me abundante. Tempo não foi perdido, devo muito à minha infância. Minhas contáveis lembranças boas devo a ela. Largo o livro e ainda deitado vislumbro o quadro de irmãos pendurado na parede. O largo sorriso que esboço no quadro, já não encontra eco hoje. Aquele é sincero e demonstra a felicidade de uma criança, enquanto o atual, uma careta, devido ao calor que voltara ao rosto.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Onde você vai estar daqui a dez anos? Fazendo o que? Como vai ser sua vida?
E daqui a 30 anos?

Você não consegue sequer se imaginar daqui a 10 ou 30 anos?
Trace metas, tenha em sua mente objetivos bem claros, mobilize seus esforços para concretizá-los. Viva o agora, sem se esquecer que seu futuro será seu agora algum dia.

Papo chato! Parece sermão... mas nem é...

É verdade mesmo que pra quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar tá bom.

domingo, 14 de junho de 2009

É só a vida em jogo

O sujeito era um guerreiro, de fato. Com seu espírito conspícuo, enfrentaria o que quer que fosse para continuar em seu curso de ação.
Não temia nem Deus nem o mundo, sua alma era fria, o coração implacável; no lugar do corpo, o que havia era uma fortaleza intransponível e perene.
Conquanto fosse demasiado forte, não havia em sua face sequer requício de placidez, ao contrário, exalava um ar tenso, desconfiado, exarcebadamente circunspecto. Onde se fizesse presente, o ambiente tornava-se retesado. Talvez fosse apenas a imagem que quisesse passar, mas eu dúvido.
Suponho que o intrépido guerreiro era, na verdade, um completo infeliz. Ele sempre se fechou em torno de si mesmo, de suas convicções, de seu pequeno mundo, no qual era rei e era súdito, mas reinava mesmo assim, e isso bastava.
Sempre encarou a vida com o olhar de apreensão com o qual se estuda um inimigo. Definitivamente, nunca conseguiu lidar com pessoas; lidava com problemas, lidava particularmente bem com problemas, com pessoas não.
Nunca soube perder - era evidente que não tinha nascido com jeito pra isso - não chorava, não caia.
Porém o tempo passava pra ele, sorrateio e apressado, bem como pra nós. Sua alma já não era fria como antes, o coração dava sinais de cansaço e amolecia; o corpo deixara há muito de ser a usual fortaleza... Sentia-se enfraquecendo.
É impressionante como o passar dos anos tem esse efeito corrosivo; ele basicamente se impõe sobre nós, alterando nossas mais profundas certezas, trazendo junto com a experiência, gotas de sensibilidade e, por fim, nos faz sucumbir.
Acredito que seja o medo desse momento derradeiro que nos pormove essas mudanças.
No entanto, pra quem teve uma vida inteira pra sorrir e ser feliz, e não o fez, o desfecho está bem desenhado, embora o desenho não tenha um bom aspecto.

sábado, 6 de junho de 2009

O sorriso perdeu a graça. As risadas tornaram-se pranto.

Ela voltou pensando no ocorrido. Em momento algum queria que as coisas
acontecessem daquele jeito. Magoara e havia sido magoada.
Chutava pedras pelo caminho. O que queria, na verdade, era chutar o passado, era ter certeza do que viria agora no SEU caminho.
As emoções pareciam duelar arduamente; os olhos, juízes implacáveis da alma, declararam a angústia vencedora. As lágrimas escorreram timidamente no início, depois, jorraram de modo incessante a fim de coroar o sentimento vitorioso.
E o mundo não era mais o mesmo.
Por alguma razão, o espelho gostava de lembrá-la que as coisas haviam mudado, que ele já não estaria mais ao seu lado, que ela não teria o apoio de sempre, o ombro amigo, a defesa recorrente.
Talvez fosse hora de crescer, talvez abrir mão fosse necessário, mas e o risco?

O arrependimento batia à porta, ela sentiu vontade de abrir...