- Alô!
- Oi, como vc tá?
- ALô!
- Oi, tá me ouvindo? Acho que a ligação não está boa.
- Amor, não tô escutando nada. Tá difícil entender o que vc diz.
- Não sei se vc está se esforçando pra entender...
- Como é? Fala mais alto, e devagar.
- O problema é que às vezes a solução não é essa. O modo como vc fala, muitas vezes, é secundário. O que importa é o que eu estou tentando dizer, não como estou fazendo isso.
- O problema é o quê??
- Para. Isso não tá dando certo, é melhor ficarmos por aqui. A gente já não tem se entendido bem há algum tempo.
- O que que tem o tempo? Isso não tem a ver com o tempo, é só o seu aparelho que não está bom.
- Tá vendo? É disso que eu tô falando: a culpa é sempre da minha parte. Vc não erra nunca, nunca é culpado por nada.É perfeito! Tô cheia disso.
- Olha... tá difícil. É melhor a gente se falar amanhã, não estou entendendo mais nada. Seu telefone tá louco, a dona dele então...
- Não acredito que vc disse isso!
- Como? repete.
- Nossa vida tem sido repetição atrás de repetição, não vou repetir mais nada, não quero. Quero ter certeza que a rotina não foi culpa minha.
- Um beijo. Amanhã falamos...
- Nem o beijo é mais a mesma coisa de antes, tudo está pior, será que voce não percebe?
- Te amo. Até.
- Escuta aqui, se vc desligar esse telefone...
Tu Tu tu...
Há 6 anos
Isso é mais frequente do que imaginamos,ou não.
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