Preferiu voltar andando ao invés de tomar um ônibus. Depois da noitada regada à cerveja, arrastou-se tropeçando nas pernas e nos pensamentos. Na mente só havia incertezas, não concatenava ideias nem completava qualquer raciocínio. Não sabia onde estava, tão pouco pra onde queria ir.
Naquele instante, o tombo. O corpo caiu, mas da cabeça a reflexão se levantou - reflexão, no mínimo, imprópria para alguém naquela condição -, percebeu semelhanças entre a rua e seu coração: ambos tão frios, tão escuros, tão desertos, precisando de alguma segurança... Os dois pareciam assombrados.
Lembrou-se do quão inadequado e idiota era o pensamento anterior, puxou do bolso a última halls preta e continuou o percurso.
Há 6 anos
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